27.9.08

Lá Vem o Negão

Com cara de paisagem, Baback Osama vislumbra um futuro promissor na Casa Branca. Falta combinar com o eleitorado, mas ninguém crê que isso seja um problema

As eleições presidenciais dos Estados Unidos têm um ar de déja-vù (é assim que se escreve?) para nós destas bandas de Pindorama, a nossa tão querida e amada Pindô. Afinal de contas, acontece naquele pedacinho de terra que fica entre Canadá e México algo muito parecido com o ocorrido por aqui há seis anos. Um governo reeleito quatro anos antes, desastroso e impopular, tem o seu candidato confrontado por um símbolo de mudança - e não é aquela feita de caminhão, de uma rua pra outra. Desta vez, o tal símbolo não usa barba nem tem um dedo a menos, mas faz o populacho quase que orgasmar diante de qualquer coisa que ele fale, mesmo que seja altamente metafórico e não faça o menor sentido.

Não por acaso, o senador afronegão Baback Osama é o grande favorito destas eleições, principalmente entre árabes e cubanos. É praticamente um "Peace and Love" em pleno Século XXI. Quer ficar bem com todo mundo, mesmo que seja apenas jogo de cena. Diante dessa estratégia marqueteira à Duda Frangonça, claro que depois de anos de hostilidades o pessoal vai querer mudar um pouco de ares.

Contribui pra esse anseio de mudança, mesmo que de forma involuntária, a imagem do cara da situação, o tal John McQuem?, o Zé Motosserra do Hemisfério Norte. Ele anda meio velho e alquebrado, e além do mais a sua vice causa mais medo do que aquele que o Lulla-Lá punha na Regina Duarte. Imaginem uma Heloísa Helena de direita, que acredita em Deus e usa sua fé como base de campanha. Agora, imaginem uma pessoa como essa com a possibilidade de ocupar a Casa Branca, mesmo que por um tempo só. Essa é a vice dos republicanos. Só de pensar nisso, já me gela a espinha.

Depois neguinho fala que o Brasil é atrasado. Pô, eleitoralmente falando, estamos exatos seis anos à frente dos americanos! O filme que está passando lá eu já vi há muito tempo aqui. O pior é que vai tudo acontecer igualzinho, só que em níveis mundiais. Os conchavos, o jeitinho e as alianças espúrias pró-governistas, desta vez, vão falar também em inglês. O meu consolo é que americano, ao contrário do brasileiro, pelo menos tem culhão e não vai deixar barato.

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