25.3.10

Voltei. Um Ano Mais Velho e Alguns Graus Mais Gelado

A tal câmara criogênica é parecida com a da foto acima. Bem, uma coisa posso afirmar: posso cobrir Olimpíadas de Inverno até o fim da vida sem sentir o menor frio

Como os poucos que leem essa bagaça devem ter notado, andei sumidaço por mais de um mês. Bem, eu sei que essa frase que vou escrever agora é mais batida que de mulher pega no flagra enquanto chifra o marido, mas vou fazê-lo assim mesmo: eu posso explicar. É que, no dia 22 de fevereiro, uma segunda-feira, última semana de competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Vancouver, fui convocado para uma reportagem que nada tinha a ver com esportes geladinhos: era sobre a Faculdade de Ciências da Universidade da Colúmbia Britânica, a famosa UBC. Lá, fiquei conhecendo a famosa câmara criogênica local, que serve para pesquisas de baixíssimas temperaturas. Não sei pra que eu fui pra lá nem pra que me convocaram, mas tava valendo.

De repente, o professor pediu licença pra pegar uma coisa no lado de fora do laboratório e saiu por uns minutos. O curiosão aqui, então, decidiu dar uma xeretada pra ver qual o que estava acontecendo por ali. De repente, o imbecil que vos escreve acabou tendo mais um acesso de sem-noçãozice crônica e abriu a porta da câmara - que era bem grandinha -, entrou nela e fechou a porta. Resultado: fiquei ali dentro durante dias e dias até ser libertado por marines americanos que invadiram a faculdade em busca de armas de destruição em massa.

(Tá, eu sei que não foi nada disso, mas se o trololó é mais interessante que os fatos, publique-se o trololó.)

O fato é que, exposto a temperaturas de 150 graus abaixo de zero (perto disso, a pista de luge de Whistler é pinto), fiquei congelado durante semanas. Agora, mais de um mês depois, estou de volta, ainda que tenha perdido a última semana olímpica. Sabem qual é o meu consolo? Posso aguentar qualquer temperatura. Posso ir pra Antártica e ficar sem camisa que eu não tô nem aí. Praticamente virei um mutante daquela finada novela da Record, com a diferença de que, ao contrário deles, existo de verdade. Ou não.

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